sábado, 31 de dezembro de 2011

O presente e o futuro em um só momento!

2011 chega ao fim. Foram muitos dias, vários finais de semana, alguns feriados e a vida aconteceu! Foi, passou, já era! 


Meia noite é o presente e neste momento todos estão concentrados em planejar um futuro feliz, com muitas realizações, sonhos que serão concretizados. Um momento único, em que vivemos iluminados pela lua, fogos de artifício, champagne, sorrisos, beijos e abraços. E muitos desejos! 


Todos queremos por em prática nossos planos, atingir nossas metas, viver momentos felizes. Agora, desejo que todos nós tenhamos o futuro que sonhamos! O futuro 2012 que vai começar em algumas horas e também vai passar... Presente, passado ou futuro... o importante é não abandonar os sonhos e a esperança de realizá-los!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Depois de amanhã... Pode ser?

Adiamento

Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...



Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...


O porvir...
Sim, o porvir...




Poemas de Álvaro de Campos
Fernando Pessoa
Fonte: http://www.secrel.com.br/jpoesia/facam.html

Só depois de amanhã... e olhe lá!
Não estou com vontade de escrever
Nem de pensar
Nada de lucidez
Quero sumir nos meus "des"pensamentos
E, quem sabe, depois de amanhã
"d"escrevê-los detalhadamente!

(Fernando Pessoa e seus heterônimos entram assim,  sem pedir licença!)




domingo, 25 de dezembro de 2011

Neste Natal, uma mensagem...


Navegar é Preciso


Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:


"Navegar é preciso; viver não é preciso".


Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:


Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.


Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.


Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.


É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.


Fernando Pessoa

Fonte: http://www.secrel.com.br/jpoesia/fpesso.html


[Nota de SF "Navigare necesse; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu]


25 de dezembro. Natal! Uma data tão comemorada no mundo inteiro. Uma data tão expressiva por vários motivos, para mim, não tem seu significado na história, nos símbolos e nem na religião. Está na união da família. Seja qual for o motivo, nesta data a família se reúne. Quando meu avô era vivo, ele era o Natal. Dele vinha a alegria, a festa, a árvore, a expectativa e o motivo de tudo: reunir todos em volta da mesa, momento de conversar, de rir, presentear. 


E por falar em presentes, o natal de 1984 foi inesquecível. O ano eu não lembrava, mas a minha idade na época ajudou a resgatar este número. Foi o primeiro ano que tive "meu" dinheiro. Fiz e vendi, junto com a minha mãe, brincos, enfeites de cabelo e broches, tudo feito com fitas de cetim. E aí, com orgulho, juntei todo o dinheiro que ganhei para comprar presentes para toda a família.


Lembro que fui a uma pequena loja na 106 Sul e levei uma tarde inteira escolhendo as "lembrancinhas". Afinal, tinha que calcular muito bem o valor de tudo para que o dinheiro fosse suficiente para comprar para todos da lista. Eu tinha uma lista! Ela foi feita em um dos meus caderninhos de notas. Nesta época eu tinha vários, adorava anotar tudo. Nesta época? Engraçado!!!! Até hoje tenho muitos caderninhos e continuo anotando tudo. Algumas manias a gente não abandona, não é mesmo?


E lembro muito bem da expressão de satisfação do meu avô ao me ver tirando os pacotinhos de uma sacola e entregando um a um para cada membro da família. Todos riam, como se fosse algo tão grande quanto doar uma casa a desabrigados. E meu avó me olhava com satisfação, amor e orgulho. Sinto-me feliz ao lembrar disso. E emocionada! Reviver a lembrança da alegria do meu avô é algo inexplicável... Saudades de um natal que não volta mais!