quinta-feira, 29 de julho de 2010

Contando histórias na Chapada dos Veadeiros

Atualmente tenho o prazer de trabalhar no Programa Arca das Letras, um Programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário que incentiva a leitura por meio da distribuição de bibliotecas rurais e formação de agentes literários. Pelo Programa, eu fui contar histórias no X Encontro de Culturas da Chapada dos Veadeiros, no município de São Jorge, próximo a Alto Paraíso.

As crianças adoraram a história do Cavalinho de Pau, do Sapo Tagarela e do Planeta das Letrinhas. Elas se divertiram muito ao tirar a primeira letra do nomes das pessoas. Foram boas risadas com o som produzido sem essa letra. O Gustavo, que virou Ustavo, se achou um ato (gato sem g!). O Edro (antigo Pedro) deu muitas risada e disse: "Assim meu nome fica esquisito, tia!"
O brilho no olhar das crianças a ouvir histórias é algo delicioso de ver!
mais fotos em http://www.encontrodeculturas.com.br/2010/galeriaDetalhe.php?album=166&grupo=#

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Ferreira Gullar

Esse poema pulou no meu colo hoje pela manhã... Como deixar um poema maravilhoso desses sem um chamego? Tive que lê-lo e relê-lo... Acariciá-lo e me envolver com ele.


Eu empresto para quem quiser "traduzir-se"!

Traduzir-se

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.


Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.


Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira


Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.


Uma parte de mim
é permanente:
outra parte de mim
se sabe de repente.


Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.


Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
     de vida ou morte —
     será arte?

in Na vertigem do dia
GULLAR, Ferreira. Toda Poesia (1950-1999). — 12ª ed. — Rio de Janeiro: José Olympio, 2004.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Uma canção de ninar interessante!

Hoje, limpando livros e arrumando um acervo para enviar para alguma Arca das Letras no interior desse país, não resisti e... Abri o livro. Aí li esse poema (e o restante do livro todo... Ai, ai! Foi irrestistível!). Adoro os poemas do Sérgio Caparelli e as ilustrações da Laura Castilhos também são lindas!

Então, decidi escrever o poema aqui... Aproveitem, leitores! (Pena que não dá para incluir a ilustração...)

Canção para ninar dromedário

Drome, drome
Dromedário

As areias
Do deserto
Sentem sono,
Estou certo.

Drome, drome
Dormedário

Fecha os olhos
O beduíno,
Fecha os olhos,
Está dormindo.

Drome, drome
Dromedário

O frio da noite
Foi-se embora,
Fecha os olhos
Dorme agora.

Drome, drome
Dromedário

Dorme, dorme,
A palmeira,
Dorme, dorme,
A noite inteira.

Drome, drome
Dromedário

Foi-se embora
O cansaço
E você dorme
No meu braço.

Drome, drome
Dromedário

Drome, drome
Dromedário

Drome, drome
Dromedário

CAPARELLI, Sérgio. A árvore que dava sorvete/ Sérgio Caparelli; ilustração de Laura Castilhos. -- Porto Alegre: Editora Projeto, 1999. p. 15

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Quando o coração pede silêncio

Há dias na vida da gente que o coração pede silêncio. Ele precisa não ouvir e não falar. Ele quer ficar sozinho, num canto qualquer, sem pertubar ninguém e sem ser pertubado. Hoje sinto meu coração pedindo silêncio, calma, tranquilidade, harmonia... Um dia de paz para sair da rotina do tum-tum-tum que ele sempre gera dentro de mim. E como pode um coração deixar de bater e a vida dentro de mim permanecer? É fácil, ora essa! Eu só quero meditar! Mente e coração em silêncio... Será que consigo?! Tentar já vai valer a pena.