quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Divagando devagarinho

"Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais..."

Almir Sater e suas canções que mexem com o coração da gente...
Hoje estou com o desejo de devagar divagar. E devagar vou divagando...

Sem rumo e sem direção
Sem lenço e sem documento
Sem medo e sem razão
Cumpro meu dever em silêncio!

Dever de obrigação
Dever para meta atingir
Dever, pura chateação!
Divagando devagar

Véspera de paralisar
E eu aqui tendo que trabalhar!
Volto, retrocedo no tempo
E imagino dormir em segredo.

E len ta men te divagando
devagar no enredo
A vida que levo agora
é dever, é tarefa,
mas a mente está fora
de folga para escrever!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Dicas para quem gosta de cultura

Olá,

Nessa correria do dia-a-dia, nem sempre consigo plantar sementes. E aí? Árvores de livros deixarão de nascer? Não, não, não! Com correria ou sem correria, os livros estão por aí... Atualmente, estou lendo o livro do Ignácio de Loyola Brandão, "Veias bailarinas". Uma leitura deliciosa, sobre uma experiência pessoal. Uma verdadeira mudança na vida de Ignácio, depois que descobriu que tinha um aneurisma instalado em sua cabeça. Aff!

E, além disso, estou participando de um curso de mediação cultural e de leitura, oferecido pelo Proler, com a professora Eva Pereira. Uma delícia de curso! Lá, nós estamos trocando muitas ideias sobre leitura, cultura, livros, poesias, sensações e até psicodrama!

A tarefa da semana passada foi procurar sites e blogs interessantes, que podem nos ajudar a fazer a mediação cultural, ou seja, levar cultura para quem não tem acesso. Abaixo, alguns dos sites e blogs interessantes, visitados durante o curso:

1)10 cidades / lugares para visitar com livro debaixo do braço – Filipa Melo

http://sapoblogs.do.sapo.pt/ler/cidadesliterarias.pdf

2) Revista Ler - Portugal
http://ler.blogs.sapo.pt/

3) Publishing Perspectives (em inglês)
http://publishingperspectives.com/2010/01/the-translation-gap-why-more-foreign-writers-arent-published-in-america/

4)Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea (UnB)
http://www.gelbcunb.blogspot.com/

5)Verdes Trigos (Brasil)
http://www.verdestrigos.org/sitenovo/site/novaversao.asp

6) Biblioteca Digital de Literatura (Brasil)
http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/

7) Etiqueta Negra ( Peru - em espanhol)
http://etiquetanegra.com.pe/

8) Nora di lê
http://noradile.blogspot.com/

9) Homenagem aos 90 anos de Ernesto Sabato (em espanhol)
http://sabato90.com.ar/index.htm

10) Publish News – sobre o mercado editorial
http://www.publishnews.com.br/

11) Alessandra Roscoe - Escritora e jornalista
 http://www.contoscantoseencantos.blogspot.com/

12) Dobras de Leitura, com Peter O. Sagae
 http://dobrasdaleitura.blogspot.com/

13) Blog do Galeno
http://www.blogdogaleno.com.br/

14) Tudo sobre Leitura
 http://tudosobreleitura.blogspot.com/

15) Bibliotequices e Afins

16) Gato de Sofá

17) Casa de Leitura

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Programa instala biblioteca em comunidade quilombola | Língua Portuguesa | Nova Escola

Fico extremamente feliz por trabalhar nesse Programa! O livro está chegando em todo lugar! Eita, coisa boa, minha gente!


Programa instala biblioteca em comunidade quilombola Língua Portuguesa Nova Escola

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Jamais fale: "desta água não beberei!"
Perigosa afirmação, toca a ferida de muita gente. Hoje tocou a minha. Nem sei ao menos explicar o porquê de tamanha dor. Afinal, eu sou dona do meu próprio nariz e posso mudar de ideia a qualquer momento, não é mesmo? Um dia não quis tomar da água, hoje engulo e me afogo.
Não! Nem sempre somos "donos" de nós mesmos. Aliás, o sentimento de pertencimento é raro. Hoje, no mundo do "possuir", estamos todos perdidos sem ter, sem pertencer, sem querer... Somos submetidos ao que "é possível".
Hoje, é possível eu afirmar: "bebi da água. Estava gelada e sem sabor, mas matou a minha sede. E, de alguma forma, ainda está matando.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Contando histórias na Chapada dos Veadeiros

Atualmente tenho o prazer de trabalhar no Programa Arca das Letras, um Programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário que incentiva a leitura por meio da distribuição de bibliotecas rurais e formação de agentes literários. Pelo Programa, eu fui contar histórias no X Encontro de Culturas da Chapada dos Veadeiros, no município de São Jorge, próximo a Alto Paraíso.

As crianças adoraram a história do Cavalinho de Pau, do Sapo Tagarela e do Planeta das Letrinhas. Elas se divertiram muito ao tirar a primeira letra do nomes das pessoas. Foram boas risadas com o som produzido sem essa letra. O Gustavo, que virou Ustavo, se achou um ato (gato sem g!). O Edro (antigo Pedro) deu muitas risada e disse: "Assim meu nome fica esquisito, tia!"
O brilho no olhar das crianças a ouvir histórias é algo delicioso de ver!
mais fotos em http://www.encontrodeculturas.com.br/2010/galeriaDetalhe.php?album=166&grupo=#

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Ferreira Gullar

Esse poema pulou no meu colo hoje pela manhã... Como deixar um poema maravilhoso desses sem um chamego? Tive que lê-lo e relê-lo... Acariciá-lo e me envolver com ele.


Eu empresto para quem quiser "traduzir-se"!

Traduzir-se

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.


Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.


Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira


Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.


Uma parte de mim
é permanente:
outra parte de mim
se sabe de repente.


Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.


Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
     de vida ou morte —
     será arte?

in Na vertigem do dia
GULLAR, Ferreira. Toda Poesia (1950-1999). — 12ª ed. — Rio de Janeiro: José Olympio, 2004.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Uma canção de ninar interessante!

Hoje, limpando livros e arrumando um acervo para enviar para alguma Arca das Letras no interior desse país, não resisti e... Abri o livro. Aí li esse poema (e o restante do livro todo... Ai, ai! Foi irrestistível!). Adoro os poemas do Sérgio Caparelli e as ilustrações da Laura Castilhos também são lindas!

Então, decidi escrever o poema aqui... Aproveitem, leitores! (Pena que não dá para incluir a ilustração...)

Canção para ninar dromedário

Drome, drome
Dromedário

As areias
Do deserto
Sentem sono,
Estou certo.

Drome, drome
Dormedário

Fecha os olhos
O beduíno,
Fecha os olhos,
Está dormindo.

Drome, drome
Dromedário

O frio da noite
Foi-se embora,
Fecha os olhos
Dorme agora.

Drome, drome
Dromedário

Dorme, dorme,
A palmeira,
Dorme, dorme,
A noite inteira.

Drome, drome
Dromedário

Foi-se embora
O cansaço
E você dorme
No meu braço.

Drome, drome
Dromedário

Drome, drome
Dromedário

Drome, drome
Dromedário

CAPARELLI, Sérgio. A árvore que dava sorvete/ Sérgio Caparelli; ilustração de Laura Castilhos. -- Porto Alegre: Editora Projeto, 1999. p. 15

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Quando o coração pede silêncio

Há dias na vida da gente que o coração pede silêncio. Ele precisa não ouvir e não falar. Ele quer ficar sozinho, num canto qualquer, sem pertubar ninguém e sem ser pertubado. Hoje sinto meu coração pedindo silêncio, calma, tranquilidade, harmonia... Um dia de paz para sair da rotina do tum-tum-tum que ele sempre gera dentro de mim. E como pode um coração deixar de bater e a vida dentro de mim permanecer? É fácil, ora essa! Eu só quero meditar! Mente e coração em silêncio... Será que consigo?! Tentar já vai valer a pena.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Adoro os questionamentos de Clarice!

Nossa truculência

Clarice Lispector*

Quando penso na alegria voraz
com que comemos galinha ao molho pardo,
dou-me conta de nossa truculência.
Eu, que seria incapaz de matar uma galinha,
tanto gosto delas vivas
mexendo o pescoço feio
e procurando minhocas.
Deveríamos não comê-las e ao seu sangue?
Nunca.
Nós somos canibais,
é preciso não esquecer.
E respeitar a violência que temos.
E, quem sabe, não comêssemos a galinha ao molho pardo,
comeríamos gente com seu sangue.

Minha falta de coragem de matar uma galinha
e no entanto comê-la morta
me confunde, espanta-me,
mas aceito.
A nossa vida é truculenta:
nasce-se com sangue
e com sangue corta-se a união
que é o cordão umbilical.
E quantos morrem com sangue.
É preciso acreditar no sangue
como parte de nossa vida.

A truculência.
É amor também.

*resultado do arranjo em versos, feito pelo padre Antônio Damázio, de textos em prosa da extraordinária escritora Clarice Lispector

sábado, 29 de maio de 2010

Um sábado solitário...

Hoje, pensei que iria dormir cedo. Pensei que andaria de bicicleta. Pensei e planejei que iria ao aeroporto comprar uma passagem. Nada disso aconteceu. A vida é assim! Muda a cada minuto. Transforma-se de acordo com o que estamos sentindo. Hoje senti vontade de ficar quieta, sozinha, em casa. Não estou com vontade de dormir, não estou com vontade de pedalar. E muito menos resolver problemas. Dei esse "espaço" para mim. Difícil? É! A solidão, muitas vezes, nos consome. Ou será que somos nós que a consumimos?

Há pouco, recebi uma mensagem da escritora e amiga Alessandra Roscoe. Ela me convidou para um blog. O blog da Bia, sua filha. Foi encantador. Vi um céu de estrelas. Deu vontade de escrever! Nada como um pequeno acontecimento para tirar a gente de onde quer que seja... Uma lua, algumas estrelas e um texto vindo de dentro. De dentro de uma menina que tem muito ainda para nos oferecer! Não devemos deixar de ser "meninas". Foi assim, que resolvi voltar ao meu tempo de menina e escrever sobre o nada. Ou será sobre tudo que tenho aqui dentro?  Será que é bom liberar palavras? Ah, claro que é! Aqui estão algumas... voando pelo céu estrelado e enluarado lindo dessa noite de sábado!
Voem livres por aí, para encantar quem está com vontade de ler. Agora, chegou minha vez de catar algumas no livro que vou começar daqui a pouco.

É... não estou tão sozinha assim!

quarta-feira, 17 de março de 2010

II FLIPIRI - o início

A II Festa Literária de Pirenópolis não poderia ter sido melhor! Começou com a Flipiri Itinerante. Ora, nós, autores, também temos que conhecer as escolas e visitar os espaços em que as leituras acontecem! E foi isso que fizemos. Vários de nós, da Casa de Autores, fomos aos 10 povoados de Pirenópolis e ainda visitamos todas as escolas da cidade. Isso foi na quinta-feira, dia 11 de março. Os alunos já tinham lido nossas obras. Todos eles receberam, da Prefeitura, vários exemplares de literatura infantil.


O mais gostoso da Flipiri Itinerante foi a forma como fomos recebidos: com uma festa! Eu cheguei na escola Tia Olivia e já vi um monte de balões enfeitando o pátio. Eles contornavam um cartaz com o meu nome e desenhos das minhas obras. Que emoção!


E depois fui convidada a me apresentar. Eu hein? Para quê? TODOS já me conheciam. Que gostosura! Foi então, que resolvi contar histórias. Pedi ajuda ao meu dragão de estimação, o Godofredo. Ele, muito tímido, pediu silêncio... Tantas estratégias que usei... e deram todas certo! As crianças adoraram as histórias contadas por mim e pelo Godofredo. O difícil foi ir embora... estava tão divertido!


Ah, não posso deixar de contar o que o Godofredo fez com os alunos da Escola Tia Olívia! Como ele só fala no ouvido das pessoas (ele é tímido!), eu pedi que ele falasse no ouvido de alguns alunos... Pedi que ele contasse histórias... E sabe o que o danadinho fez? Com a primeira criança ele não falou nada (se bem que acho que foi ela que não ouviu... ele fala bem baixinho e temos que ter imaginação!). Com a segunda criança, o Ian, ele falou em inglês. Isso mesmo! Quando perguntei para o Ian o que o dragão tinha falado, ele respondeu: "Ah, eu não entendi, ele falou inglês!". Puxa! Eu e as professoras adoramos perceber a criatividade e imaginação dessa criançada!


Depois eu conto mais... ainda estou esperando as fotos que vão me enviar!

terça-feira, 16 de março de 2010

Leitura no lugar de esmola...

Li essa reportagem e fiquei pensativa!
http://revistaescola.abril.com.br/avulsas/221-retrato.shtml
Puxa! Como um livro pode fazer bem a uma pessoa... Isso eu já sabia, então, por que fiquei pensando tanto? Ah... Fiquei com vontade de fazer o mesmo. Colocar um punhado de livros dentro do meu carro e oferecer. Mas não como esmola! E sim como presente. Será que é demais dar presente a um desconhecido? Eu não acho. Vou pagar para ver, sem pagar, como diz o nobre repórter da Revista Nova Escola, Rodrigo Ratier. E aí paro de pensar se devo ou não dar esmolas e dou algo MUITO melhor. De real valor!
O único problema é que vou ter que fazer campanhas para arrecadar muitos livros! Afinal, todo sinal de Brasília tem um pedinte. E os livros são minhas jóias... só posso dar os repetidos. Como conseguir mais?
Volto a pensar...

sexta-feira, 5 de março de 2010

Águas de Março

Pensativa demais, estou em uma fase de introspecção. O meu horóscopo revelou isso! Os astros disseram-me "Não é um período lá muito "sociável", mas nem sempre nós temos que estar dispostos à extroversão, não é mesmo? Recolha-se e aproveite!". Aproveitar? Não sei se consigo revirar tudo aqui dentro e ainda me divertir com a bagunça. O bom é que sinto que estou organizando muitas tralhas que estavam espalhadas dentro dessa cabecinha cheia de imaginação. Resgatei algumas "coisitas" do beleléu, puxei um pensamento aqui, ajeitei um sentimento ali e... tudo está fluindo, mesmo que seja aos trancos e barrancos. "C´est la vie!".

Agora estou me preparando para um momento muito especial. Ele nem aconteceu, mas SEI que será especial. Como disse minha querida Marta Medeiros, cronista que admiro, algo grita lá dentro e a gente sabe! Pois é, aqui está o meu grito: hoje a noite promete! E semana que vem promete mais ainda! A festa literária de Pirenópolis já é um sucesso. E eu, fiz parte da primeira, volto na segunda e quero participar das muitas que virão.

Como escritora, estou pondo umas letrinhas aqui, outras frases ali, ajeita, arruma, apaga, volta, relê, pensa. O importante é que estou escrevendo! E isso é bom demais, não é?

Essa semana dei uma aula, com mais quatro colegas de um curso de pós-graduação que iniciei. Foi tão gostoso! Adorei voltar a estudar. Já terminei a minha graduação, fiz mestrado e agora resolvi fazer uma especialização em Docência da Educação Infantil e Séries Iniciais. Já me perguntaram o porquê. Ora essa! E precisa explicar a vontade de estudar? Além disso, quero me especializar ainda mais. A gente troca muita experiência durante um curso como esse. Não me arrependo. São duas noites por semana que estão me animando. Ninguém deve deixar de estudar quando tem vontade!

Ninguém deve deixar de escrever quando tem vontade! Eis que estou aqui, em plena tarde de sexta-feira, escrevendo não sei para quem... Opa! Sei sim! Estou escrevendo para mim! Escrever me faz feliz.

E viva a língua, viva a comunicação, viva a escrita e viva a leitura!

Viver, para mim, é escrever os pedacinhos da minha história. Acho que andei bebendo muita água benta! De março!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Entre o dito e o não dito, entre o feito e o não feito

Ultimamente, tenho refletido muito sobre a distância entre o que se fala e o que se faz. Muita gente insiste em me convencer que esse espaço não existe. No entanto, a cada dia que passa enxergo esse inimigo que me persegue... Ele está ali, presente, apontando o dedo na minha cara e falando bem alto: atenção! Nem todo mundo tem uma sintonia entre o seu discurso e a sua ação!

Em um mundo em constante movimento, as pessoas "acham" que estão sendo coerentes. Coerência de "araque" é o que eu tenho percebido. Por exemplo, se um indivíduo diz respeitar os outros, por que ele ousa usar adjetivos pejorativos, como por exemplo a palavra "problemático". E isso por um motivo:  ele foi contrariado, então o outro é "problemático". O que entendo disso? Problemático é aquele que dificilmente consegue lidar com seus problemas e não acha solução para nada. Aliás, problemático é aquele que cria mais problema. Desde quando usar esses rótulos é sinal de respeito, hein? Aceitar diferentes formas de pensar é respeito, o resto é balela. Ouvir o outro é respeito, concordar não é necessário.

O mais gostoso é quando você consegue ter uma boa discussão (no sentido de discutir como sendo "debater um assunto, questionar"). É argumento para cá, objeções para lá, exemplos de cá, raciocínio para lá, um assunto de cá e uma prova de lá. Sadio. Importante. Elementar para o respeito ao ser universal que temos dentro de cada um de nós.

E assim vamos vivendo: aprendendo que nem todo mundo sabe conversar, discutir, debater, argumentar e, principalmente, aceitar os sentimentos diversos que envolvem qualquer relação entre dois seres humanos.